A maior fábrica instalada, até agora, no país, para a produção de leite pasteurizado e condensado, além de iogurtes, entra em funcionamento antes do final deste ano, na Zona Económica Especial (ZEE) Luanda/Bengo, anunciou o presidente do Conselho de Administração da Sociedade de Desenvolvimento da ZEE (SD-ZEE), António Henriques da Silva.
Ao falar na cerimónia de comemoração do décimo aniversário da ZEE, assinalado sexta-feira, o responsável salientou que a unidade, um investimento de cerca de 30 milhões de dólares, faz parte de um conjunto de três fábricas que serão inauguradas, entre Novembro e Dezembro, no quadro do fomento da indústria angolana.
António Henriques da Silva explicou que a capacidade da fábrica vai ser implantada de forma gradual, com a execução de várias fases, no cumprimento dos desafios do Executivo para a substituição da importação dos referidos produtos.
Quanto à empregabilidade, o PCA da Sociedade de Desenvolvimento da ZEE realçou que mais de 300 postos de trabalho podem ser criados, com cerca de 90 por cento das vagas a serem ocupadas por jovens e quadros nacionais. Além da fábrica de leite, iogurte e leite condensado, António Henriques da Silva avançou que a segunda indústria vai fabricar embalagens e sacos de ráfia, enquanto uma terceira unidade fabril vai produzir sabonete e sabão.
Neste momento, a ZEE Luanda/Bengo tem cerca de 170 fábricas, algumas ainda não estão operacionais e fazem parte do pacote das privatizações, mas devem dar, em breve, o seu contributo para o desenvolvimento da indústria angolana.
Visão optimista
Quanto ao balanço dos dez anos de existência da ZEE, António Henriques da Silva considerou o balanço positivo, embora reconheça: “Ainda temos muito trabalho pela frente, se quisermos atingir os grandes objectivos da criação do grupo”.
António Henriques da Silva disse que é necessária a entrega de todos os trabalhadores da ZEE, uma vez que o Executivo atribui à organização um papel estratégico importante na prossecução do programa de diversificação da economia.
A actual administração, no mandato, há um ano, apostou forte na reestruturação do modelo de funcionamento, com vista ao cumprimento mais facilitado da sua missão, o que fez absorver boa parte do trabalho da presidência da sociedade, neste período.
Neste âmbito, António Henriques da Silva disse que muito foi conseguido, principalmente questões ligadas ao aumento da produtividade e aos resultados financeiros alcançados. “Mas, a nossa missão vai além da reorganização da empresa, mas fazer tudo para cumprirmos tudo que for a orientação da criação da ZEE”, alertou.
Em termos de execução dos projectos para a ZEE, o PCA salientou que a instituição teve de redefinir o seu plano estratégico e contrato de programa, instrumentos que ajudam a avaliar o desempenho da empresa no seu todo. Essa medida surgiu em função da crise económica, que tinha retirado as ambições e o clima de se esperar por resultados tão expressivos.
“Hoje, a nossa visão é cada vez mais optimista, e acreditamos que a ZEE será capaz de contribuir para atrairmos mais investidores, por meio de mais acções demonstrativas de que Angola e, nós (ZEE), possamos ser comparados aos países da região do continente”, referiu.
Promover a produção
António Henriques da Silva referiu que uma das principais missões da Zona Económica Especial Luanda/Bengo, que é um espaço fisicamente demarcado e dotado de benefícios fiscais e vantagens competitivas, é a promoção da produção interna, com qualidade, em substituição das importações.
A par disso, o PCA da SD-ZEE disse que a empresa tem conseguido perseguir e atingir vários dos seus principais objectivos, com destaque para a geração de emprego qualificado, com vista à redução da pobreza e elevação dos níveis de produtividade nacionais.
Para isso, a ZEE conta com uma série de infra-estruturas adequadas à instalação de empresas nacionais ou estrangeiras, capazes de fomentar a produção interna, a geração de emprego, com competitividade e inovação.
A ZEE Luanda-Bengo, que é propriedade do Estado angolano, tem 21 reservas flexíveis, sendo sete reservas industriais, seis agrícolas e oito mineiras, distribuídas entre os municípios de Viana, com oito mil hectares, Cacuaco com 20 mil hectares e Icolo e Bengo, com 30 mil hectares, todos na província de Luanda.
Para a província do Bengo, as reservas da ZEE, sociedade que tem igualmente a missão de desenvolver e gerir espaços infra-estruturados, estão distribuídas pelos municípios do Dande e Ambriz, num total de 120 mil hectares.
Fonte: JA
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